terça-feira, 22 de setembro de 2009

Férias

Até que enfim conseguimos viajar. Fomos pra Morro de São Paulo, com escala de dois dias em Salvador. Visitamos a Praia do Forte, descansamos, cansamos, andamos. Em resumo: foi ótimo!

Não vou falar da beleza de Morro de São Paulo ou de como tudo lá está voltado para o turismo, nem dos preços (que devem duplicar na alta temporada), nem dar indicações de onde ficar ou o que fazer. Vou falar de mim (nós) porque afinal de contas, este blog nasceu pra isso: esculhambações.

A começar pela personal hair-dresser de Baby (mais conhecida por Irmã) que fez o favor de esculhambar o cabelo do pimpolho na véspera da viagem, obrigando a mãe aqui a fazer um remendo (que felizmente ficou melhor que o soneto) para que o rapazinho não fosse conhecido na Bahia como o "Filho de Luiz Caldas na época do Fricote".

A viagem até Salvador foi tranquila. Aeroporto, avião, carro alugado, só alegria. Tirando uma dona brasileira (baiana) que na sala de embarque fazia questão de anunciar (com sotaque argentino!) que estavam (ela e o marido/companheiro/namorado argentino) em viagem para conhecer o Brasil, que moravam há muitos anos em Buenos Aires, que ela já tinha esquecido muitas coisas do Brasil (!!!)... Fora isso, tudo foi normal.

O hotel não era muito bom. Não tinha banho quente. Quero dizer, tinha. Mas depois de 2 minutos de chuveiro ligado, o disjuntor caía. Entretanto, o café da manhã era servido de 8h às 11h (!!!!!!!! onze??? sim: onze!!!) e ficava de frente pro mar. A ponto da interiorana aqui acordar de madrugada achando o "ventilador" muito barulhento. Isso mesmo... era o barulho do mar. Chato né?

Check in no hotel, acomodação no quarto e fomos almoçar. O restaurante também era mais ou menos. Nada de fartura. Mas o interessante a ser ressaltado é a chegada do nosso primeiro esculhambado. Um baianinho, de uns 5 ou 6 anos, bastante simpático, que adentrou o recinto declarando:

- CHÉ-GUEEEEEI.

Claro que foi notado. Risos e sorrisos, o gaiato fica um pouco dentro do restaurante (com a mãe) e depois sai novamente. Posiciona-se na porta do restaurante, abre as calças e... xixi. NA PORTA DO RESTAURANTE. Não dou conta, gente... Claro que é engraçado, mas que merecia umas palmadas, ah isso merecia. A mãe dele??? Nem tchum. Paciência.

Passeio na praia da Barra, no Farol (ali pertinho), acarajé (o melhor do mundo: da Tânia), coisa e tal... na volta Marido resolveu comer uma empada. Entramos no "Empada Brasil". Acho que tem em toda parte, mas na Bahia a coisa é diferente. Pra começar, ficamos uns 5 minutos em pé na frente do balcão esperando que alguém se dignasse a olhar para nós.

Até que Marido resolveu interpelar o garçom e perguntou se tinha que pagar antes para ser atendido. O rapazola avisou que poderíamos nos sentar e ele iria até a mesa. Sentamos. Mais 15 minutos de espera até que alguém resolveu nos oferecer o cardápio. Marido escolheu 3 empadas. A garçonete explicou que duas delas iriam demorar um pouco porque ainda seriam assadas. Normal.

Mais uns 5 minutos chegou a primeira empada e as bebidas. Meia hora depois e nada das outras empadas. Quarenta minutos. Levantamo-nos. Mais 5 minutos esperando na frente do caixa até que um funcionário apareceu para receber. Bom... nesse momento chegaram as empadas. E pequenininhas!!!!! Comemos, pagamos e vazamos. Uma hora pra comer 3 empadas é demais pra minha linda cabeça morena, mas adotamos o lema: Sorria, estamos na Bahia e é só alegria!

De Salvador para Morro de São Paulo, pegamos o catamarã. Eu estava muito preocupada com Baby, porque sei que muita gente passa mal no barco, mas foi super-tranquilo. Ele dormiu a viagem toda. Escolhemos lugares na frente da TV, com bastante espaço para qualquer emergência. Ocupamos 2 cadeiras (Baby foi no colo) e haviam duas disponíveis à nossa direita. Eis que surge uma madama acompanhada do marido. Bem conservada, no alto dos seus 40 anos, vestia short branco, tênis e baby look. Depois descobrimos que estavam em excursão com uma empresa de turismo. E também que havia um congresso de cardiologia em Salvador.

A tal madama já entra batendo na porta da cabine de controle e falando em alto e bom som que não havia cadeira pra ela (!!) como pode???? Não tem cadeira???? E o marido tentava avisar que havia dois lugares (justamente ao nosso lado). O "marujo" avisou que havia os dois lugares e ela sentou-se. Fui clara? Sentou-se, sem dizer oi, nem obrigado, nem licença, nem perguntar se havia gente. Sentou-se-se-se. E gritou pro "marujo" para que pegasse "um daqueles" apontando para os coletes salva-vidas.

O rapaz entregou-lhe o colete e ela depositou o mesmo no chão, embaixo de sua cadeira. O rapaz avisou-lhe que se fosse colocar o colete no chão, ele teria que guardá-lo. Ou ela vestia, ou segurava no colo. Agora imaginem a situação. Família (eu, Marido e Baby) ao lado de uma senhora que queria ler um livro, segurar o colete e passear pelo barco! O pobre do marido dela (que já estava carregando a mochila) acabou tendo que carregar o colete durante toda a viagem.

Chegada em Morro de São Paulo, confusão de guias, carregadores (táxi) oferecendo todos os tipos de serviço: carregam mala, criança, oferecem pousadas, passeios... tudo. Não conseguimos escapar de um que acabou nos levando para uma pousada legal. Simples, barata, simpática e atendimento muito bom.

Nossa rotina era praticamente praia-almoço-descanso-passeio pela cidade. Baby estava que nem pinto no lixo. Livre, leve, solto. Tranquilo. Tanto que uma certa manhã, passeando pela Segunda Praia, um rapaz veio oferecer-nos para sentar nas barraquinhas dele, que não cobrava prara sentar (sim, tem disso R$ 10,00 pra sentar na barraquinha) e tinha um peixe frito pra duas pessoas de R$ 30,00, blábláblá. O rapaz era muito simpático e enquanto conversávamos com ele, Baby embicou-se para uma das espreguiçadeiras e bom... decidiu que ficaríamos por ali mesmo. Mas foi bacana. Tanto que voltamos novamente.

Ele também fez amizade com o Mosquito. Garçom do restaurante Tia Dadai, onde íamos jantar todas as noites. Mosquito insistia em dizer que Baby estava de regime e que não iria comer. Também queria pegar as motos dele. E no dia que Baby estava mais enjoado, deu-lhe uma bronca (obrigada, Mosquito!). Muito simpático.

Ah! Lembrei. Só ia contar esculhambações né? Foi mal.
Deitada na espreguiçadeira na Segunda Praia, passa um sujeito vendendo bijuterias. Claro que eu teria comprado o estoque todo, mas estávamos com orçamento curto (sigh). O sujeito era engraçado: "Se levar R$ 10,00 ganha uma passagem!... é... de jegue até Fortaleza! É de Primeira Classe... o jegue-leito tem ar condicionado, sombrinha, água de coco, banheiro. A minha irmã foi e até hoje não voltou. É porque gostou de lá".

O povo baiano é muito engraçado.
Mas não acabou ainda.
Aguardem os próximos capítulos com mais esculhambações baianas.

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