Eu já havia decidido não colocar política no blog. Não é especializado, não quero formar opinião e muito menos acho que é o espaço para se discutir isso. Mas a bagunça impetrada no GDF vir a tona dessa forma foi muita esculhambação. E a quantidade de dinheiro envolvida? Pacotes e mais pacotes de notas. De onde sai esse dinheiro todo??????? Acho que essa galera tem uma Casa da Moeda só pra eles. Muita grana.
Que há roubalheira, todo mundo sabia. Que há desonestidade, todo mundo sabia. Que há cara-de-pau, todo mundo também já sabia. Mas vamos aos fatos e me digam se existe a possibilidade disso se esculhambar ainda mais.
Os personagens:
- José Roberto Arruda (DEM) já foi Senador e esteve envolvido no escândalo do Prodasen.
Chorou em cadeia nacional e renunciou para não ser cassado.
- Joaquim Roriz, após ser governador do DF por várias vezes, candidatou-se a Senador. Foi eleito, investigado, renunciou para não ser cassado.
- Durval Barbosa: ex-delegado da Polícia Civil, e (agora ex) Secretário de Relações Institucionais do GDF. Foi envolvido em um caso de corrupção na gestão de Joaquim Roriz dentre outros.
Os fatos:
Nem Arruda nem Roriz possuem passado limpo. Arruda candidatou-se ao Governo do DF contra a aliada de Roriz e ganhou. Chamou para Secretário de Relações Institucionais um dos braços direitos de Roriz, que já estava sendo investigado por falcatruas no governo deste último. Foi a primeira traição de Durval Barbosa.
Durval viu-se totalmente encrencado e para reduzir sua pena, aceitou acordo com base na Delação Premiada. Escondeu câmeras de vídeo e jogou a titica toda no ventilador. Filmou todo mundo, gravou conversas telefônicas, ou seja: traidor uma vez, traidor duas vezes.
Antes que a notícia fosse divulgada, Roriz já sabia da confusão toda, tanto que ligou para Arruda dizendo ser "lamentável que haja corrupção no seu governo". (Lembrete: essa confusão toda começou porque Durval Barbosa seria condenado por seu envolvimento com corrupção no Governo Roriz!).
Agora, como um efeito dominó, cada dia aparece mais um envolvido: Câmara Legislativa, Governador, Vice-Governador, Secretário não sei de quê, Desembargador do TJDFT. Desse jeito não vai sobrar ninguém!
Em resumo:
o braço direito de Roriz, denunciado por falcatruas durante o Governo Roriz, passa para o lado do atual governador (Arruda), se vê numa sinuca de bico, denuncia todo mundo, e o Roriz ainda tira onda!
É muita esculhambação mesmo.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Cotidiano
Cena 1:
Ele chega cansado. Reclama que está morto e que o dia foi extenuante.
Ela recosta-se no sofá. Está desembaraçando linha de crochê.
De rabo de olho ela observa o marido deitado no outro sofá. Comenta:
- Por que você já não toma um banho e vai deitar na cama pra dormir?
- Vou ficar aqui com você.
- Mas você já está quase dormindo! Toma seu banho e já deita logo pra dormir. Senão vai dormir no sofá todo torto.
- Tá maluca?
Passam-se alguns minutos. Talvez 5, talvez 10. A esposa escuta o ronco. Nem se dá ao trabalho de olhar. Deve ser maluquice da sua cabeça. Termina sua tarefa. Levanta-se, toma banho e vai dormir.
Cena 2:
Levantam-se pela manhã. O bebê ainda dorme.
Ela prepara o café, ele vai cuidar dos animais.
Cuidadosa ela repete a rotina: prato, pires, xícara, colher de chá, garfo e faca para ambos.
Mesa posta, ela vai acordar o bebê. De passagem pela sala percebe que a manteiga não está no lugar que havia deixado. Imagina que o marido deve ter mexido e não dá muita importância.
Bebê arrumado para escola, todos sentam-se à mesa. Ele procura uma colher para mexer o café. Ela, espantada, afirma veementemente que a colher deveria estar lá. Ele diz que não. Ele pega a colher dela emprestada. Ela procura por toda a mesa. Ela se lembra da manteiga fora do lugar.
Ela:
- Você deve ter usado a colher para alguma coisa. A manteiga não estava aqui.
Ele:
- Estava sim. Eu tirei agora pra pegar o achocolatado.
Ela:
- Não, amor... ela já estava fora do lugar.
Ele:
- Não estava não. Acabei de tirar a manteiga daqui.
Ela levanta-se, vai até a cozinha e descobre a colher no escorredor de talheres. E volta:
- Você usou a colher para pegar aveia. A lata de aveia estava sob o pote de manteiga.
Ele:
- Ah é... agora me lembro.
Moral da história:
Não existe. É apenas para me resguardar caso haja dúvidas a respeito da minha sanidade mental.
Ele chega cansado. Reclama que está morto e que o dia foi extenuante.
Ela recosta-se no sofá. Está desembaraçando linha de crochê.
De rabo de olho ela observa o marido deitado no outro sofá. Comenta:
- Por que você já não toma um banho e vai deitar na cama pra dormir?
- Vou ficar aqui com você.
- Mas você já está quase dormindo! Toma seu banho e já deita logo pra dormir. Senão vai dormir no sofá todo torto.
- Tá maluca?
Passam-se alguns minutos. Talvez 5, talvez 10. A esposa escuta o ronco. Nem se dá ao trabalho de olhar. Deve ser maluquice da sua cabeça. Termina sua tarefa. Levanta-se, toma banho e vai dormir.
Cena 2:
Levantam-se pela manhã. O bebê ainda dorme.
Ela prepara o café, ele vai cuidar dos animais.
Cuidadosa ela repete a rotina: prato, pires, xícara, colher de chá, garfo e faca para ambos.
Mesa posta, ela vai acordar o bebê. De passagem pela sala percebe que a manteiga não está no lugar que havia deixado. Imagina que o marido deve ter mexido e não dá muita importância.
Bebê arrumado para escola, todos sentam-se à mesa. Ele procura uma colher para mexer o café. Ela, espantada, afirma veementemente que a colher deveria estar lá. Ele diz que não. Ele pega a colher dela emprestada. Ela procura por toda a mesa. Ela se lembra da manteiga fora do lugar.
Ela:
- Você deve ter usado a colher para alguma coisa. A manteiga não estava aqui.
Ele:
- Estava sim. Eu tirei agora pra pegar o achocolatado.
Ela:
- Não, amor... ela já estava fora do lugar.
Ele:
- Não estava não. Acabei de tirar a manteiga daqui.
Ela levanta-se, vai até a cozinha e descobre a colher no escorredor de talheres. E volta:
- Você usou a colher para pegar aveia. A lata de aveia estava sob o pote de manteiga.
Ele:
- Ah é... agora me lembro.
Moral da história:
Não existe. É apenas para me resguardar caso haja dúvidas a respeito da minha sanidade mental.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Não tenho horário de almoço. Quer dizer... na teoria tenho 30 minutos, mas na prática o que acontece é que trago minha marmitinha com comida caseira saudável, esquento no microondas e refastelo-me aqui mesmo na minha sala.
Ontem eu preparei uma carne maravilhosa. Coisa simples, mas boa demais. Um esopado de panela que ficou, modéstia à parte, muito bom. Já vim trabalhar pensando no almoço que eu teria. mnham mnham... mal podia esperar para cravar os dentes naqueles nacos de carne suculenta.
12h30! Agora vai. Abro a marmita e... arroz, feijão, abóbora, couve, salada... CADÊ A CARNE???? Esqueci a carne!!!!! Mas... JUSTO A CARNE?
Sim. Sou eu quem preparo minha marmita.
Sim. Sou uma anta completa.
Sim. Estou salivando enquanto escrevo: de raiva e de vontade.
Não. Ainda não chorei porque não tive tempo.
Saco.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Sobre bundas e pernas
Na cidade de São Paulo, capital, alunos de direito da USP promoveram a tradicional "peruada" com caráter político e humorístico, segundo dizem.
Em cima do trio elétrico: Gretchen. Cantora dos anos 80 que se apresentava de maiô fio dental e cantava músicas sensuais. Nos anos 2000 foi protagonista de filme pornô.
Isso é adequado.
Em São Bernardo dos Campos, uma aluna da Uniban vai com uma mini-saia (há divergências sobre o tamanho) e é hostilizada, a ponto de sair da instituição escoltada pela polícia.
Isso não é adequado.
Obviamente saber se vestir faz parte da elegância. E talvez a saia fosse muito curta para o local. Mas se ela estava errada em se vestir assim, o máximo que poderia ter acontecido era alguma autoridade (professor, reitor, diretor) pedir para que a menina prestasse atenção nos trajes.
Nada, absolutamente NADA justifica a hostilização. Mesmo que ela fosse prostituta, mesmo que ela estivesse nua, a atitude das pessoas na UniBan foi mais vexatória que a roupa da estudante.
Aliás, talvez mais vexatória tenha sido as "autoridades" da UniBan. Que ao invés de subirem num banquinho, dispersarem a massa e darem uma bronca fenomenal nos tumultuadores, apenas forneceram um jaleco para que a estudante fosse escoltada, como uma criminosa, culpada. E vão instaurar sindicância. PALHAÇADA. A omissão deles apenas fez com que a culpa recaísse sobre a estudante. Apenas fez com que os demais linchadores morais confirmassem mais ainda sua atitude.
No outro extremo, vemos atrizes, cantoras, modelos em roupas mínimas todos os dias na TV, jornal, na rua... alguns estudantes acham legal colocar a Gretchen em cima de um trio elétrico. Outros não acham legal uma colega com roupas curtas. Pra mim gera um contra-senso... Só pode se mostrar quem não pode ser atingida, é isso?
Se fosse a Gretchen rebolando em cima de um trio elétrico, teria sido hostilizada também?
E o terceiro ponto: a mídia. Esse fato merece ser reportado, discutido e avaliado. Mas expor a estudante ainda mais em programas de TV? Precisa disso? Não bastava os principais jornais lamentarem o fato e dar por encerrado? NÃO. Tem sempre que ter um programa sensacionalista pra entrevistar a guria, colocar um monte de gente pra fazer perguntas cabulosas, e mostrar - dependendo da visão do programa - que ela realmente queria chamar atenção ou que é uma pobre vítima das circunstâncias.
E daqui a pouco vem proposta pra posar nua ou fazer algum programa de TV. É assim que se sobe na vida no Brasil. Estudar, pra quê? Basta fazer um escândalo qualquer... mesmo que sem intenção.
Esculhambação mesmo.
Meninas: prestem atenção no modo de se vestir. Não por medo, mas por elegância.
Meninos: não estamos no tempo das cavernas. Mulheres não são objeto e a cabeça de baixo não manda mais do que a de cima.
A esse respeito, leiam o excelente texto de Lucia Welt Valber no "Texto Livre".
Em cima do trio elétrico: Gretchen. Cantora dos anos 80 que se apresentava de maiô fio dental e cantava músicas sensuais. Nos anos 2000 foi protagonista de filme pornô.
Isso é adequado.
Em São Bernardo dos Campos, uma aluna da Uniban vai com uma mini-saia (há divergências sobre o tamanho) e é hostilizada, a ponto de sair da instituição escoltada pela polícia.
Isso não é adequado.
Obviamente saber se vestir faz parte da elegância. E talvez a saia fosse muito curta para o local. Mas se ela estava errada em se vestir assim, o máximo que poderia ter acontecido era alguma autoridade (professor, reitor, diretor) pedir para que a menina prestasse atenção nos trajes.
Nada, absolutamente NADA justifica a hostilização. Mesmo que ela fosse prostituta, mesmo que ela estivesse nua, a atitude das pessoas na UniBan foi mais vexatória que a roupa da estudante.
Aliás, talvez mais vexatória tenha sido as "autoridades" da UniBan. Que ao invés de subirem num banquinho, dispersarem a massa e darem uma bronca fenomenal nos tumultuadores, apenas forneceram um jaleco para que a estudante fosse escoltada, como uma criminosa, culpada. E vão instaurar sindicância. PALHAÇADA. A omissão deles apenas fez com que a culpa recaísse sobre a estudante. Apenas fez com que os demais linchadores morais confirmassem mais ainda sua atitude.
No outro extremo, vemos atrizes, cantoras, modelos em roupas mínimas todos os dias na TV, jornal, na rua... alguns estudantes acham legal colocar a Gretchen em cima de um trio elétrico. Outros não acham legal uma colega com roupas curtas. Pra mim gera um contra-senso... Só pode se mostrar quem não pode ser atingida, é isso?
Se fosse a Gretchen rebolando em cima de um trio elétrico, teria sido hostilizada também?
E o terceiro ponto: a mídia. Esse fato merece ser reportado, discutido e avaliado. Mas expor a estudante ainda mais em programas de TV? Precisa disso? Não bastava os principais jornais lamentarem o fato e dar por encerrado? NÃO. Tem sempre que ter um programa sensacionalista pra entrevistar a guria, colocar um monte de gente pra fazer perguntas cabulosas, e mostrar - dependendo da visão do programa - que ela realmente queria chamar atenção ou que é uma pobre vítima das circunstâncias.
E daqui a pouco vem proposta pra posar nua ou fazer algum programa de TV. É assim que se sobe na vida no Brasil. Estudar, pra quê? Basta fazer um escândalo qualquer... mesmo que sem intenção.
Esculhambação mesmo.
Meninas: prestem atenção no modo de se vestir. Não por medo, mas por elegância.
Meninos: não estamos no tempo das cavernas. Mulheres não são objeto e a cabeça de baixo não manda mais do que a de cima.
A esse respeito, leiam o excelente texto de Lucia Welt Valber no "Texto Livre".
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- Não acumular muito;
- Celebrar o novo;
- Fazer algo criativo uma vez por dia;
- Viver a contemporâneidade (mesmo sem entender direito o que significa isso, gostei do efeito);
- Fazer a diferença para o mundo.