terça-feira, 27 de outubro de 2009

Momento Reflexão

Tenho recebido com frequencia um e-mail que conta uma historinha.

Nele a pessoa deve imaginar que uma grave doença está assolando o planeta e a única salvação seria a vida do seu filho mais novo, que tem a cura para a doença. E assim, o garoto morre para salvar a humanidade que, em contrapartida segue, cada um com sua vida esquecendo-se da memória do garoto-vítima-herói. Por fim, compara esse sacrifício ao sacrifício de Jesus.


Em primeiro lugar, será melhor que a pessoa frequente a Igreja porque acredita que Deus é bom, é amor, ou porque se sente culpada pelo filho Dele ter morrido?

Algumas considerações (de acordo com a Bíblia):
1) Deus é Deus. Jesus é Jesus. Jesus veio à Terra já sabendo que sua missão envolveria sua morte no final. Não veio como uma criança que teria que ser sacrificada, sem ao menos ter a chance da escolha. E o pai dessa criança não é Deus! Como exigir que um mortal suporte a dor de um Deus?

2) Jesus também sabia qual seria seu destino após a morte: sentar-se à direita de Deus-Pai Todo Poderoso de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. Mas e a criança sacrificada no e-mail? O que aconteceu com ela após a morte? Alguém veio dizer a esse pai que seu filho estaria em algum lugar privilegiado no Céu?

3) Jesus veio a Terra para salvar os homens de seus próprios pecados. Deus criou a Terra e tudo que há nela e o homem estava vivendo contra a vontade Dele. Então, Deus mandou seu único filho para redimir os pecados dos homens e, dessa forma, todos teriam uma nova chance para a vida eterna depois da morte. Mas no caso do e-mail, a doença apareceu do nada. Foi Deus quem mandou? E a criança seria sacrificada para que a humanidade sobrevivesse, mas nada de divino ou espiritual seria acrescentado. A morte dele (diferentemente da morte de Jesus) não asseguraria que as pessoas viveriam melhor.

Pensando racionalmente, se dissessem que meu filho era a única pessoa na face da Terra imune à doença, e sabendo o quanto a raça humana já fez de ruim e deplorável no mundo, provavelmente eu deixaria que ele vivesse. Talvez, da mesma forma que ele, outra (ou outras) criança(s) também fosse(m) imune(s) e dessa forma, poderiam repovoar a Terra.

Não. O e-mail não me chocou.
Achei de extremo mau-gosto e sensacionalismo.

Oras bolas, se querem mostrar o quanto Deus é bom e único e o quão grande foi o sacrifício de Jesus pela humanidade, basta contar a história dele e o que ele ensinou. E quem quiser acreditar, acredite.Comparar Deus e Jesus a um pai comum e seu filho não dá. Não se pode comparar coisas de natureza distintas. Elas não se misturam, não se tocam, não se comparam.

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