terça-feira, 14 de julho de 2009

Ramonesmania

Marido é fã dos Ramones e C.J. Ramone, (único sobrevivente da última formação) veio à Brasília dia 10 de julho. Claro que não poderíamos deixar de ir.

O show foi muito bom. Acho que cerca de 1000 pessoas compareceram ao evento. Eles fizeram o serviço direitinho e foi legal ver os caras. Muita energia, muita empolgação. Como pontos negativos, apenas a altura do palco (muito baixo) e o fato do show ter durado apenas 1h. As músicas são curtinhas, com mais cinco minutinhos eles poderiam ter tocado pelo menos mais três clássicos. Particularmente eu gostaria de ter ouvido Rockaway Beach, Happy Family, I don't wanna grow up, I don't care, I wanna be well, Locket Love, Little Ramona e I Believe in Miracle. Mais 10 minutos e encerraria a fatura. Mas valeu muito a pena. Muito mesmo.

Principalmente pelo show exclusivo que assistimos: MARIDO a.k.a. B.R. Ramone (Bêbo Réi Ramone).

Logo de manhã cedo, ele estava empolgadíssimo! Divertido ver um marmanjo agir com o adolescente. Lembrei que eu senti a mesma coisa quando o Iron veio. É uma coisa realmente inexplicável. E olha que eu nem sou fã histérica.

Por volta de 11h da manhã, li em algum lugar que o C.J. estaria na Fnac, no Park Shopping, distribuindo autógrafos das 14h às 16h. Avisei pro Marido que ficou empolgado. O problema? Baby tinha festinha junina na escolinha a partir das 14h. E ele era o responsável por levar o infante e ficar com ele pelo menos até a hora que eu saio da Senzala (15h30).

No final tudo deu certo. Marido saiu do trabalho no Centro , foi até a Mansão, situada em um dos extremos da cidade, pegou o LP-bolachão e levou para o Ramone caçula autografar na ponta sul de Brasília. Pegou o autógrafo, correu até a creche Vovô Feliz (casa dos meus pais, também conhecida como Imperialismo) no extremo norte, pegou Baby, levou pra escolinha - encontrei com eles lá - depois levou Baby de volta pro Imperialismo e correu pra Mansão, do outro lado da city... ufa! Até eu cansei. Isso tudo em cerca de 4h. Deve ter dado uns 200 km rodados, considerando que foi ele que levou Baby pra Creche Vovô Feliz pela manhã.

Esqueci de comentar que os dogs haviam trucidado uma incauta galinha que adentrou o terreno. E Marido limpou tudo na hora do almoço quando foi buscar o LP.

Mas ainda não acabou a correria. Apenas uma pausa para tomar banho, trocar de roupa, alimentar os animais, colocar um isopor com seis cervas no carro e iniciar o percurso: dois aniversários, uma comemoração de final de doutorado e o tão sonhado show. Start no cronômetro, vamos lá:

Dessa vez eu dirigi porque Marido já havia iniciado os serviços etílicos. Traslado 30 min, permanência no aniversário X: 15 minutos - traslado 10 min - permanência na comemoração de doutorado: 15 minutos - traslado 20 minutos - permanência no aniversário Y: 20 minutos (com direito a errar o caminho) e rumo ao show. Marido já havia entornado algumas cervejas. Estava alegrinho e empolgadinho.

Chegamos no show por volta de 23h. Encontramos a galera. A galera era portadora do néctar:
Jack Daniels. O TUDO DE BOM... O MEU PREFERIDO! Tudo bem... é por uma boa causa, mantive a linha e não bebi. Em compensação... Marido tomou muito. Bebeu por nós dois.

Começou o show. Duas músicas e Marido já cresceu pra cima de um sujeito que vinha em minha direção. Eita que a adrenalina tá subindo! Eles tocam Beat on the Brat - empolgação geral, bagunça total. E Marido berrando as músicas. E Marido bebendo...

Lá pelo meio do show ele pede: "Beat on the Brat, Beat on the Brat". Eu e nossos companheiros inultilmente tentavamos avisá-lo que a música já havia tocado. Mas ele continuava na sua convicção pedindo pela música. Então comentei que queria ouvir Surifin' Bird... e Marido começou a gritar SARFINBARDÊÊÊÊÊ!!! SARFINBARDÊÊÊÊÊ!!!!

Pergunto-me se CJ Ramone pudesse ouvir o clamor de Marido, será que conseguiria entender o nome da música? Enfim, deixa pra lá.

Fim do show, ficamos um pouco por lá enrolando, ele bebendo... até que seus olhos começaram a ficar trocados e suas pernas davam sinais de que não iriam sustentar o peso do corpo por muito mais tempo. Fomos embora. No caminho até o carro ele declarava em meio a risos:
- Amorrrrrrrr!!! Eu não connnnnnshhhhigo andar em linha reta!!! Eleshhh vão me atropelaaaaaaaaaarrrrrrrrrr! Por que minhas pernashhhh não me obedecem??????????? Eu me lembro que o carrrrrrrroooo esxhhhhhhtava poooorrrrrrrrrraaaaaliiiiiiii. E que tem que sair de freeeennnnnttttthhheeee.

Mas foi no caminho para casa que as coisas mais legais aconteceram. Pra começar perguntou-me se tínhamos ficado no show até o final.

Abre parênteses - Como assim? O sujeito vai para o show da banda preferida dele e não sabe se ficamos até o final? - Fecha parênteses.

- Sim, amor... depois que acabou o show, ficamos conversando com a galera cerca de meia hora. O show foi rápido! Acabou cedo. E por que alguém sairia antes do fim do show?

- Politica, amor... você não entende nada de política.

E continuou falando histórias totalmente sem sentido, até que ordenou que eu fosse mais devagar, afinal, a genttthhhheee sabe que carrrrro 1.0 só vai no máááááxxxximo até 5a ou 4a. Interessante. Perguntei se o carro dele tinha 6a marcha. Ué... tem carrrrrroooo que teeeemmmm, oras... Tem carro da Fiatttthhhh que temmm... Ahtah.

- Amoorrrrrrr... como é o nome daquele negócio redondo?
- Hein????
- O nome... do Franklin... aquele negócio redondo que tem no meio da pishhhhttaaaaa.... Aquele... Franklin!
- Redondo, pista... só pode ser placa?
- Naaaaaummmmmm Franklin... isso que a gente está fazendo agora!
- BA-LÃO?????
- IIIISSSSHHHOOOO! BALÃO FRANKLIN!!!!

Meu alerta vermelho estava querendo ligar... De onde ele tirou que balão (rotatória) se chama Franklin?

Mas a pior parte chegou:
- Amorrrrrrrr!!!!! A gggenthhe foi pro show?
PARATUDO! CASO DE INTERNAÇÃO!
É que eu não sei se a genttthhheee está subindo ou descendo!!!! A genthe já foi pro show né... estamos voltando pra casa, é?
Não sei do que vocêssshhhh estão rindo! Isso é uma dúvida muito comummmm! A pessoa não sabe se já foi ou se tá voltando...

- Vocês quem, cara pálida! Estou só eu aqui!

- Tipo quem?????

E capotou até em casa deixando-me em dúvida se o melhor não seria tê-lo levado para um hospital. O resultado foi que meu pai, após saber da história, mudou a letra da música Unforgetable. Agora é: I'm imprestable ...

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