domingo, 25 de abril de 2010

Causo...

Ocorre que na série abaixo mencionada, existe algumas cenas de mulheres casadas que não são lá muito fiéis. E me lembrei de um caso contado por Maria Bonita, que trabalha na casa da minha mãe. O fato ocorreu no interior da Bahia.

Ocorre que D. Severina e Nhô Zé moravam em fazenda vizinha a D. Inhana e Sô Tonho. Um casal era padrinho dos filhos do outro casal e vice-versa, de modo que eram compadres e comadres. D. Severina tinha um caso de anos com o marido da Comadre Inhana e especula-se até que os filhos mais novos dela eram, na verdade, filhos do marido da outra.

Um dia Nhô Zé resolveu que não queria mais saber de D. Severina e saiu de casa. Alguns dias depois, D. Inhana ouviu na venda, que D. Severina estava de namorico com um rapaz da vila. À noite, na hora de deitar, D. Inhana comentou com o marido:

- Tonho, sabe o que ouvi hoje na venda? Tão dizendo que Cumade Severina tá de caso com um moço novo lá da vila.
- Ié? Será?
- Diz que é, Tonho. Mal Cumpadi Zé se mandou de casa e a Cumade já tá se engraçando com outro.

Nessa noite Nhô Tonho mal conseguiu dormir. Revirou-se na cama a noite inteira com essa história de caso de D. Severina. Mal o sol quebrou a barra, Tonho pulou da cama e avisou a mulher que não estava se sentindo bem. Disse que ia no mato buscar umas folhas pra fazer um chá. Disse isso, pegou a bicicleta e partiu. Tomou cuidade de ir apagando o rastro com uma folha de bananeira e embicou-se pro rumo da chácara vizinha, de D.Severina.

Foi chegando e agarrando a mulher pelos cabelos gritando:

- Que história é essa d'ocê estar de caso um rapaz da vila?
- É o quê, homi? Quem te disse isso?
- Inhana me falou ontem! Sua safada, cachorra, etc, etc.

E dá-lhe sopapo.

Nem adiantou D. Severina gritar inocência. Quanto mais ela negava, mais irritado Tonho ficava. Quebrou a casa toda, a cama, a louça e ainda deixou D. Severina com um olho roxo e toda marcada.

Mal Cumpadre Tonho foi embora, D. Severina montou no cavalo e embicou pra casa da Comadre Inhana feito um pé de vento.

- Ô Inhana! Que história é essa de sair falando de minha vida? Quem te disse que eu tô de namorico na vila?
- Ué, cumadi. É o que estão dizendo na venda!
- Pois eu não te dou direito de ficar especulando da minha vida não, visse?

Foi dizendo e foi apeando pra tirar satisfação com a comadre. Só que Inhana de sonsa só tinha o andado. Foi emendando um ponto com outro e retrucou:

- E pruquê ocê tá toda lenhada? Péra lá! Quem foi que disse procê que eu disse cocê tá de namorico? Coméque é isso, se eu só falei pro Tonho onti de noite? Peraí que eu já te emendo, sua safada, rameira, meretriz, infeliz das costa ôca! Qué dizê cocê tá de caso com meu marido! Safada tu e ele!

E o pau comeu. Inhana enfurecida passou a mão numa vassoura de palha que estava por ali e sentou na cabeça de Severina que, na raiva, nada sentiu e partiu pra cima da Comadre. E as duas estavam nessa situação quando Tonho, na maior cara de pau e ainda ocupado em apagar o rastro chegou. Mal viu a cena, adivinhando a situação, montou na bicicleta novamente e se mandou, ouvindo os gritos da mulher que puxava o cabelo da amante:

- Volta aqui, cabra safado! Vem apanhar que nem homi! Deixa eu acabar aqui com essa quenga que eu vou atrás de tu também! Infeliz das costa ôca! Salafrário!

Moral da história: Não se meta com homem/mulher casado. Caso se meta, que não seja com o compadre/comadre. E que seja com um só. E se não tiver jeito, que fique de boca fechada. E se apanhar do amante, pelo amor de Deus! Não vá tirar satisfação com a mulher dele!!!!!

Êta mundo esculhambado!

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