segunda-feira, 2 de junho de 2008

Pérolas

Minha filha é um gênio. Claro, puxou a mãe. Raciocínio rápido, lingua afiada... um mimo! Desde pequena é assim.

Logo que começou a falar, certa feita me pediu chá.
Abre parênteses: Em casa sempre tivemos chá mate. Era feito para o café da manhã e ficava numa jarra durante todo o dia em cima da bancada da cozinha. Fecha parênteses.
O chá havia acabado ao que a pimpolha reagiu com uma sonora BIRRA, que foi curada como se deve: retirei-me do recinto. Mas, de consciência pesada, pedi à minha irmã que preparasse um lanche (eu não podia dar o braço a torcer e fazer eu mesma) o que ela fez com a maior boa-vontade. Tudo pronto, ela volta para chamar a sobrinha: "Vamos lanchar?" e a resposta:

- Lanchar o quê, tia??? Lanchar o quê? Acabou o chá, não fizeram bolo, não compraram leite, não tem pão, comeram os biscoitos, tomaram o suco... lanchar o quê???? (Assim mesmo... cada item ausente acompanhado de um verbo diferente).

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Com dois anos. Eu numa convesa animada e ela me chamando... não dei atenção. Criança tem que respeitar conversa de adulto e esperar que ela acabe. Sala cheia, muitos parentes, eu conversava e ela chamava. Até que:

- MÃE! eu quero chupeta! E tome providência! (Providência??? Pro-vi-dên-cia??? Então tá.)

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Minha mãe chama meu pai de benzinho. E Filhota:
- Vovô! Vovô!!!!! Vovô -ôÔÔÔÔ !!!!!! (nada de resposta)
- Papaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii!!!! (sem resposta)
- Macêdoooooooooooooooo!!!! (nada)
- Bennnnnnziiiiiiiiiiiiinhooooooooooooooooo!!!!!!

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Minha irmã estava na piscina tomando sol e bebendo cerveja. Jogou a lata na grama. Filhotinha (4 anos) passou por ali. Mãos na cintura:

- Quem jogou essa lata aqui???? Responde, Tia! Foi você né???? E pode? E pode???? Vem catar essa latinha daqui a-go-ra e jogar no lixo. Oras...

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Sem contar as piadinhas prontas. Meu amigo Caio nos fez uma visita.
Filhota: Caio, você tem irmão?
Caio: Tenho sim.
Filhota: E o nome dele é "Fico em pé?"
(silêncio e risadas)

Quando Filhota tinha 5 anos, minha mãe foi a um Congresso na China e a levou junto. Quando voltou, a mocinha estava cheia de histórias:
Filhota: Íris, você sabia que eu sou bonita até na China?
Íris (já conhecia a pecinha): ah é! Que legal...
(pausa)
Filhota: Íris, você é estranha...
Íris (não aguentou a curiosidade): é mesmo??? Por quê?
Filhota: porque quando eu falo pras pessoas que eu sou bonita até na China, elas me perguntam "ah é? e você já foi à China?" aí eu respondo: "já".


Hoje ela tem 13 anos... completa 14 em julho. E a sagacidade só aumentando. À medida que eu for lembrando, vou publicando aqui.

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